DISCENTE: POLIANA CARVALHO
A psicogênese da língua escrita foi uma pesquisa realizada por Emília Ferreiro e Ana Teberosky tendo por principal objetivo entender como os educandos compreendem e se apropriam do ato da leitura e da escrita, esta teoria acabou por tornar-se, em meados dos anos 80, uma válvula de escape para o sistema educacional brasileiro que se encontrava em estado de calamidade.
Contextualizando
a aplicação desta teoria nas salas de aula brasileiras é necessário abordar que
antes do surgimento da mesma os processos de alfabetização eram realizados por
meio de métodos tradicionais, por exemplo, o método sintético; método
analítico; método fônico, entre outros, nestes o ensino ocorria de forma
verticalizada e o aluno aprendia as primeiras noções do sistema de leitura e
escrita de maneira fragmentada sem nenhuma prática de letramento e desvinculada
de suas realidades sociais.
Com o insucesso destes métodos as escolas brasileiras aderiram à teoria da “Psicogênese da língua escrita”. Segundo Ferreiro e Teberosky (1986) para compreender como ocorre o processo de leitura e escrita os educandos elaboram e testam hipóteses, estas são dividas em quatro níveis, são eles, o nível Pré-silábico; Silábico; Silábico-alfabético e Alfabético, em cada nível as crianças apresentam algumas características específicas.
A partir de todas essas discussões, foi solicitado
pela ministrante da disciplina “Metodologia da alfabetização” que realizássemos
uma coleta de dados de lecto–escrita com crianças na faixa etária de 02 a 06
anos de idade, identificando posteriormente o seu nível de escrita.
Ana Clara, 4 anos.
Fazendo análise da coleta de lecto-escrita
percebemos que a esta criança se encontra no nível Pré-silábico, pois ela
representa a escrita em forma de rabiscos (garatujas), sem fazer uma correlação
entre as letras e seus respectivos sons. Segundo Mendonça; Mendonça (2011,
p.39) “No nível pré-silábico, em um primeiro
momento, o aprendiz pensa que pode escrever com desenhos, rabiscos, letras ou
outros sinais gráficos, imaginando que a palavra assim inscrita representa a
coisa a que se refere”.
Para essa aluna avançar para o nível
silábico é necessário que se crie estratégias onde ela consiga fazer relação
entre o som e a grafia, como por exemplo, conhecer as letras, ouvir histórias
diariamente e recontá-las e atividades com o próprio nome. Pois “há um avanço, quando se percebe que a palavra escrita
representa não a coisa diretamente, mas o nome da coisa. Ao aprender as letras
que compõem o próprio nome, o aprendiz percebe que se escreve com letras que
são diferentes de desenhos” (MENDONÇA; MENDONÇA, 2011, p.37)
É importante saber que essa
teoria por si só não irá resolver o problema do analfabetismo no Brasil, logo, nós
futuros educadores devemos estudar e compreender a importância de sabermos qual
nível de escrita do nosso aluno e a partir daí criarmos formas para fazê-los
avançar, contribuindo para que se tornem sujeitos críticos, letrados e
alfabetizados, colocando esta teoria em prática de acordo com a realidade deles.
Referências:
MENDONÇA,
Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências
para a alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de
Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos
conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo
e Didática de Alfabetização). Disponível em:
<http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>.
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