sexta-feira, 11 de março de 2016

ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO DA LECTO-ESCRITA



DISCENTE: POLIANA CARVALHO

A psicogênese da língua escrita foi uma pesquisa realizada por Emília Ferreiro e Ana Teberosky tendo por principal objetivo entender como os educandos compreendem e se apropriam do ato da leitura e da escrita, esta teoria acabou por tornar-se, em meados dos anos 80, uma válvula de escape para o sistema educacional brasileiro que se encontrava em estado de calamidade.
Contextualizando a aplicação desta teoria nas salas de aula brasileiras é necessário abordar que antes do surgimento da mesma os processos de alfabetização eram realizados por meio de métodos tradicionais, por exemplo, o método sintético; método analítico; método fônico, entre outros, nestes o ensino ocorria de forma verticalizada e o aluno aprendia as primeiras noções do sistema de leitura e escrita de maneira fragmentada sem nenhuma prática de letramento e desvinculada de suas realidades sociais.

Com o insucesso destes métodos as escolas brasileiras aderiram à teoria da “Psicogênese da língua escrita”. Segundo Ferreiro e Teberosky (1986) para compreender como ocorre o processo de leitura e escrita os educandos elaboram e testam hipóteses, estas são dividas em quatro níveis, são eles, o nível Pré-silábico; Silábico; Silábico-alfabético e Alfabético, em cada nível as crianças apresentam algumas características específicas.
 A partir de todas essas discussões, foi solicitado pela ministrante da disciplina “Metodologia da alfabetização” que realizássemos uma coleta de dados de lecto–escrita com crianças na faixa etária de 02 a 06 anos de idade, identificando posteriormente o seu nível de escrita.


Ana Clara, 4 anos.
Fazendo análise da coleta de lecto-escrita percebemos que a esta criança se encontra no nível Pré-silábico, pois ela representa a escrita em forma de rabiscos (garatujas), sem fazer uma correlação entre as letras e seus respectivos sons. Segundo Mendonça; Mendonça (2011, p.39) “No nível pré-silábico, em um primeiro momento, o aprendiz pensa que pode escrever com desenhos, rabiscos, letras ou outros sinais gráficos, imaginando que a palavra assim inscrita representa a coisa a que se refere”.
Para essa aluna avançar para o nível silábico é necessário que se crie estratégias onde ela consiga fazer relação entre o som e a grafia, como por exemplo, conhecer as letras, ouvir histórias diariamente e recontá-las e atividades com o próprio nome. Pois “há um avanço, quando se percebe que a palavra escrita representa não a coisa diretamente, mas o nome da coisa. Ao aprender as letras que compõem o próprio nome, o aprendiz percebe que se escreve com letras que são diferentes de desenhos” (MENDONÇA; MENDONÇA, 2011, p.37)   
É importante saber que essa teoria por si só não irá resolver o problema do analfabetismo no Brasil, logo, nós futuros educadores devemos estudar e compreender a importância de sabermos qual nível de escrita do nosso aluno e a partir daí criarmos formas para fazê-los avançar, contribuindo para que se tornem sujeitos críticos, letrados e alfabetizados, colocando esta teoria em prática de acordo com a realidade deles.


Referências:
MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo e Didática de Alfabetização). Disponível em: <http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>.


   

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