terça-feira, 3 de maio de 2016

Sequência Didática

SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Caroline Alves; Jamile Menezes; Poliana Carvalho; Tamiles da Cruz.

Competências:
·         Ampliar o vocabulário;
·         Exercitar o lado imaginativo;
·         Estimular à criatividade;
·         Estimular o exercício da oralidade;
·         Estimular o desenvolvimento da sensibilidade.
Habilidades:
·         Interpretar textos orais;
·         Interpretar imagens;
·         Criar produções discursivas com compreensão da existência de começo, meio e fim da história;
·         Reconhecer as letras;
·         Compreender a variedade entre os sons das letras;
·         Reconhecer as cores
·         Construir o personagem da história com materiais reciclados;

Análise da entrevista com professora alfabetizadora

鶨鶰èUNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
            CURSO DE PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO
PROFESSORA: MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FERREIRA
ALUNAS: ADRIELE CALIXTO e LUCIANA SANTOS SOARES
                                                                                                                 

ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O PROFESSOR (A) ALFABETIZADOR (A)

1.    CONTEXTO DA ESCOLA

1.1  Você trabalha numa escola pública ou particular?  Trabalho numa escola pública.
1.2 Qual é o município que você trabalha como professor (a) alfabetizador (a) Jequié-Ba
1.3  Quais as dificuldades e problemas enfrentados e superados pela escola na qual trabalha?
São vários os problemas, de estrutura, de aprendizagem dos alunos, que é o mais grave é que sente que os alunos apresenta muita dificuldade e com pouco pré-requisito, pois os mesmos estão chegando às séries sem condição de estar na mesma, então são vários os problemas, trabalhando no ensino fundamental 1.  Trabalhando no ciclo veja muitas “deficiências”, no que refere ao ciclo porque os alunos não sabem lê, já no final do ciclo no quinto ano, outro problema é que os alunos da inclusão não tem cuidador que dificulta o processo de aprendizagem.  

sexta-feira, 15 de abril de 2016

ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO DA LECTO ESCRITA



UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
DISCIPLINA: METODOLOGIA DA ALFABETIZAÇÃO
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA
DISCENTE: TAMILES DA CRUZ SILVA
CURSO: PEGADOGIA
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS HUMANAS E LETRAS-DCHL


ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO DA LECTO ESCRITA

A lctor escrita tem sido tem sido bastante trabalhada por teóricos, sendo eles teóricos.  Sendo algumas principais teóricas como Emília Ferreiro e Ana Teberosky que trazem essa questão bem esquematizada para entendermos melhor esse processo.
Assim, Ferreiro e Teberosky desenvolveram sua pesquisa com fundamentos psicolinguísticos quando recapitulam o construtivismo, deixando claro que a teoria piagetiana acumulava pesquisas insuficientes para dar conta da linguagem, tendo aí um papel marginal na constituição das competências cognitivas, fazendo com que buscassem na Psicolinguística, fundamentos para a investigação da Psicogênese da língua escrita. (MENDONÇA; MENDONÇA p.37).
Algumas crianças chegam à escola com a compreensão do princípio alfabético. Outras pensam que o número de letras de uma palavra é igual ao número de sílabas de uma palavra, enquanto outras, sequer entenderam que as letras escritas tem relação com os sons das palavras. Devemos lembrar sempre que as crianças não chegam à escola com o mesmo nível de compreensão que do seja ler e escrever. Analisando um estudo de caso feito com a criança de quatro anos podemos perceber que ela ainda não tem a escrita apenas garatujas alguns círculos mais com um tempo elas vão se transformando em letras. Como bem o demonstram as investigações de Ferreiro e Teberosky, assim como em outros âmbitos, no âmbito da língua escrita, a criança é um sujeito ativo que se depara com a realidade, construindo conhecimentos, criando teorias e hipóteses, comparando-as entre si e modificando-as.
Aprendiz vai elaborando um sistema de representação através de um processo construtivo. Há uma progressão regular nos problemas que enfrenta e nas soluções que encontra, para descobrir a natureza da escrita (ordem de progressão de condutas, determinadas pela forma como o aluno vivencia, no momento, o conhecimento). (MENDONÇA; MENDONÇA p.37,38).
Deste modo ante um conhecimento complexo tendemos a delimitá-lo em conhecimentos parciais, porque partimos da suposição que a fragmentação facilita a compreensão. Assim, instauramos uma ruptura entre o modo de ensinar e o modo de aprender, pois que o sujeito que aprende não se depara com a realidade analisando um pedaço de cada vez, e sim, o faz, tratando de entender como funciona, analisando os aspectos que seus esquemas cognoscitivos lhe permitem observar, tratando de encontrar e dar um sentido ao que está fazendo.
Portanto, a Psicogênese da língua escrita descreve como o aprendiz se apropria dos conceitos e das habilidades de ler e escrever, mostrando que a aquisição desses atos linguísticos segue um percurso semelhante àquele que a humanidade percorreu até chegar ao sistema alfabético, ou seja, o aluno, na fase pré-silábica do caminho que percorre até alfabetizar-se, ignora que a palavra escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa representação se processa. (MENDONÇA; MENDONÇA p.39).
Como professores precisamos ter consciência de que os conhecimentos, para poderem ser ensinados, passam necessariamente por uma transformação em relação aos seus contextos de origem, porém, é muito importante evitar que nesta transformação percam seu significado, seu sentido original. Ao mesmo tempo em que se preserva o sentido do objeto do conhecimento é indispensável que se proteja o sentido deste saber do ponto de vista do sujeito que trata de reconstruir esse objeto, isto é: a criança. Por essa razão, a transposição didática deve implicar em fidelidade ao saber de origem assim como fidelidade às possibilidades do sujeito de atribuir um sentido ao dito saber.






Referencias :
MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo e Didática de Alfabetização). Disponível em: <http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>.

MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa. Alfabetização método sociolinguístico consciência social, silábica e alfabética em Paulo Freire. Saõ Paulo: Cortez, 2007.

Estudo de caso com uma criança.

Estudo de caso, Davy quatro anos :)


Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização.



UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA-UESB
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA
DISCENTE: TAMILES DA CRUZ SILVA
DISCIPLINA: METODOLOGIA APLICADA A ALFABETIZAÇÃO
CURSO: PEDAGOGIA
SEMESTRE: VI
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS-DCH


Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização.
MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo e Didática de Alfabetização). Disponível em: <http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>. Acesso em: dia mês abreviado ano.

Ferreiro e Teberosky, psicolinguistas argentinas, iniciaram em 1974 uma investigação, par­tindo da concepção de que a aquisição do conhecimento se baseia na atividade do sujeito em interação com o objeto de conhecimento e demonstraram que a criança, já antes de chegar à escola, tem ideias e faz hipóteses sobre o código escrito, descrevendo os estágios linguísticos que percorre até a aquisição da leitura e da escrita. (MENDONÇA; MENDONÇA p.37).
Assim, Ferreiro e Teberosky desenvolveram sua pesquisa com fundamentos psicolinguís­ticos quando recapitulam o construtivismo, deixando claro que a teoria piagetiana acumulava pesquisas insuficientes para dar conta da linguagem, tendo aí um papel marginal na constitui­ção das competências cognitivas, fazendo com que buscassem, na Psicolinguística, fundamen­tos para a investigação da Psicogênese da língua escrita. (MENDONÇA; MENDONÇA p.37).
Dessa forma, partem do pressuposto de que todo o conhecimento tem uma gênese e co­locam as seguintes questões: Quais as formas iniciais do conhecimento da língua? Quais os processos de conceitualização do sujeito (ideias do sujeito + realidade do objeto de conheci­mento)? Como a criança chega a ser um leitor, no sentido das formas terminais de domínio da base alfabética da língua escrita? (MENDONÇA; MENDONÇA p.37).
Aprendiz vai elaborando um sistema de representação através de um processo construtivo. Há uma progressão regular nos problemas que enfrenta e nas soluções que encontra, para desco­brir a natureza da escrita (ordem de progressão de condutas, determinadas pela forma como o aluno vivencia, no momento, o conhecimento). (MENDONÇA; MENDONÇA p.37,38).
A pesquisa mostrou que o analfabeto adulto, assim como as crianças, sabem, mesmo antes de vir para a escola, que a escrita é um sistema de representação e fazem hipóteses de como se dá tal representação. Entretanto, Fuck (1993, p. 40) verifica: “Diferente das crianças, começa­mos a observar que o analfabetizando (sic) adulto já superou o nível pré-silábico. Ele tem muito claro que se escreve com letras e qual a função social da escrita, (mas esta é uma observação ainda prematura).” (MENDONÇA; MENDONÇA p.38).
Portanto, a Psicogênese da língua escrita descreve como o aprendiz se apropria dos concei­tos e das habilidades de ler e escrever, mostrando que a aquisição desses atos linguísticos segue um percurso semelhante àquele que a humanidade percorreu até chegar ao sistema alfabético, ou seja, o aluno, na fase pré-silábica do caminho que percorre até alfabetizar-se, ignora que a palavra escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa representação se processa. (MENDONÇA; MENDONÇA p.39).
Há um avanço, quando se percebe que a palavra escrita representa não a coisa diretamente, mas o nome da coisa. Ao aprender as letras que compõem o próprio nome, o aprendiz percebe que se escreve com letras que são diferentes de desenhos. (MENDONÇA; MENDONÇA p.39).
Entretanto, ainda neste nível, mesmo após tomar consciência de que se escreve com letras, o aprendiz tenderá a grafar um número de letras, indiscriminado, sem antecipar quantos e quais ca­racteres precisará usar para registrar palavras. Por exemplo, quando o professor pedir que escreva gato, poderá escrever RARDICO, normalmente limitando-se a usar apenas um pequeno inven­tário de letras, como as de seu nome (RICARDO, por ex.), sem correspondência sonora alguma. (MENDONÇA; MENDONÇA p.39).
É comum, principalmente entre as crianças, encontrarmos alunos que parecem “comer le­tras” ou usar mais letras do que as palavras requerem. Entretanto, os adultos reconhecem como palavras, combinações de letras e sílabas com algum significado e que se distinguem dos de­senhos. Sabem que o alfabeto não basta, para ler e escrever. (MENDONÇA; MENDONÇA p.40).
Assim, diferentemente dos adultos, as crianças parecem passar pelas fases pré-silábica e silábica, atingindo finalmente a alfabética. Nesse nível alfabético, o aprendiz analisa na pala­vra suas vogais e consoantes. Acredita que as palavras escritas devem representar as palavras faladas, com correspondência absoluta de letras e sons. (MENDONÇA; MENDONÇA p.40).

Equívocos da Interpretação da Psicogênese da Língua Escrita.
O referencial teórico da Psicogênese da língua escrita leva-nos a entender que a escrita é uma reconstrução real e inteligente, com um sistema de representação historicamente cons­truído pela humanidade e pela criança que se alfabetiza, embora não reinvente as letras e os números. (MENDONÇA; MENDONÇA p.41).
Pelo exposto, a didática silábica merece reparos somente quando trabalhada isoladamente ou quando prescinde da etapa anterior, a pré-silábica, e se transforma em atividade mecanicis­ta, ao dissociar-se do significado e do contexto, mesmo porque Emília Ferreiro não condena didática alguma, não prescreveu métodos, nem os indicou. (MENDONÇA; MENDONÇA p.42).
 O equívoco que se configura na exclusão da experiência silábica do professor parece ser fru­to de algumas orientações pedagógicas, surgidas no afã de combater as atividades mecanicistas herdadas das cartilhas, à revelia da própria obra de Emília Ferreiro que não oferece elementos para fundamentar tal exigência, mas sim esclarece que a criança pensa, raciocina, inventa, bus­cando compreender a natureza desse objeto cultural – a escrita – em um processo dinâmico em constante construção de sistemas interpretativos (MENDONÇA; MENDONÇA p.43).

Consequências dos Equívocos da Interpretação da Psicogênese da Língua Escrita.
Fundamentadas na teoria da Psicogênese da língua escrita, no final da década de 1980, Secretarias de Educação, motivadas pelo constatado fracasso escolar de 50% dos ingressan­tes nas, então, 1ª séries, iniciaram um trabalho de elaboração de Propostas Pedagógicas e de treinamento de Supervisores de Ensino, que reproduziriam tais conhecimentos em cursos de capacitação a serem oferecidos a alfabetizadores da Rede de Ensino. (MENDONÇA; MENDONÇA p.43).
Definição de alfabetização - Alfabetização ou Letramento: a confusão inicial se deu por conta da própria definição de alfabetização. Definir alfabetização e letramento é de suma im­portância, pois são dois processos distintos e da sua compreensão dependerão os resultados da alfabetização em sala de aula. (MENDONÇA; MENDONÇA p.45).
No início da alfabetização, independente de ela se iniciar aos cinco, seis ou sete anos, é imprescindível que o professor ensine os conteúdos citados por Soares. Assim, alfabetizar sig­nifica ensinar uma técnica, a técnica do ler e escrever. Quando o aluno lê, realiza a decodifica­ção (decifração) de sinais gráficos, transformando grafemas em fonemas; quando ele escreve, codifica, transformando fonemas em grafemas. (MENDONÇA; MENDONÇA p.45).
O que se defende, quanto aos dois conceitos, é a consciência de que não há necessidade de primeiro aprender a técnica, para só depois dar início ao processo de letramento, bastando para tanto que, na alfabetização, sejam utilizados textos veiculados socialmente, reais, e não textos artificiais, como os da cartilha, que tinham como único objetivo a fixação de sílabas trabalha­das por meio da palavra-chave. (MENDONÇA; MENDONÇA p.46).
O professor trabalha letramento realizando leituras de diferentes gêneros textuais aos alu­nos. Chamamos a atenção para os diferentes tipos de textos, pois constatamos, hoje, o equívoco de que literatura infantil ou infantojuvenil sejam sinônimos de letramento. Letrar é uma tarefa extremamente ampla que, por definição, envolve habilidades múltiplas de ler, interpretar e produzir textos adequados às exigências sociais. (MENDONÇA; MENDONÇA p.47).
Como vimos, a definição de “alfabetização” e “letramento” é muito importante não só como fim, mas principalmente como meio. Há autores que afirmam não se poder diferenciar alfabeti­zação de letramento, pois este representaria a alfabetização plena, em seu sentido mais amplo. (MENDONÇA; MENDONÇA p.48).
Desse modo, concluímos que alfabetização e letramento são realmente processos distintos, mas que devem ser realizados concomitantemente, a fim de se assegurar uma aprendizagem de qualidade, porém o processo de alfabetização, por ser específico e convencional, precisa ser sistematicamente ensinado e, portanto, merece esforço e dedicação especiais. (MENDONÇA; MENDONÇA p.48).
Os alunos aprendem a escrever só de ver o professor escrevendo na lousa: outra orientação afirmava que o professor deveria contar histórias, em seguida, pedir aos alunos que as recon­tassem e, assumindo o papel de “escriba” da sala, reescrevesse o texto recontado na lousa, sob a justificativa de que só de ver o professor à lousa, aprenderiam. (MENDONÇA; MENDONÇA p.48).
A escrita se apresenta como um conjunto de habilidades adquiridas no campo linguístico. Para que aconteça, é necessário relacionar as unidades de sons da fala aos símbolos gráficos e, para complementar, é preciso ter a habilidade de expressar as ideias sabendo organizá-las na língua escrita. (MENDONÇA; MENDONÇA p.49).
Não precisa ensinar, a criança aprende sozinha: um outro equívoco divulgado à época era o de que o professor não precisava ensinar, porque a criança aprendia sozinha. Dizia-se, também, que o professor não precisava desenvolver um trabalho sistemático de alfabetização, pois deve­ria exercer a função de “mediador” do conhecimento (papel que não ficava claro aos professo­res), informando apenas o que os alunos, ao demonstrar interesse, questionassem. (MENDONÇA; MENDONÇA p.49).
Afirmava-se ainda que a sala de aula deveria ser dividida em cantos, entre outros, o da ma­temática, em que ficariam jogos que contemplassem o tema; o canto da leitura, onde diferentes títulos da literatura infantil ficariam expostos, na intenção de que o aluno se interessasse por desenvolver a “pseudoleitura”, ou seja, fingisse que estava lendo. (MENDONÇA; MENDONÇA p.50).
Hoje, dificilmente, se encontram professores que conseguem desenvolver um trabalho siste­matizado. Infelizmente, a maioria limita-se a reproduzir as estratégias de nível pré-silábico de modo aleatório, muitas vezes entregam a atividade sem fornecer orientações sobre o que é para ser feito, mesmo quando dão a resposta, fazem isso antes de o aluno refletir sobre o assunto. (MENDONÇA; MENDONÇA p.51).
Deve-se reafirmar que, na ocasião da divulgação da Psicogênese, o uso das cartilhas e da silabação foi proibido na atividade alfabetizadora. Em algumas regiões, supervisores de ensino iam às escolas verificar se o que havia sido indicado estava sendo cumprido. Com isso, o pro­fessor perdeu sua liberdade de atuação em sala de aula. (MENDONÇA; MENDONÇA p.51).
Deve-se reafirmar que, na ocasião da divulgação da Psicogênese, o uso das cartilhas e da silabação foi proibido na atividade alfabetizadora. Em algumas regiões, supervisores de ensino iam às escolas verificar se o que havia sido indicado estava sendo cumprido. Com isso, o pro­fessor perdeu sua liberdade de atuação em sala de aula. (MENDONÇA; MENDONÇA p.52).Assim, considerando que nesse modelo de alfabetização só os alunos mais “espertos” se alfabetizavam no CBI, tamanho o nível de dificuldade da proposta e do despreparo docente, os demais teriam que receber atendimento individualizado no ano seguinte, fato improvável de ocorrer, pois, sozinho, o professor do CBC não dava conta. (MENDONÇA; MENDONÇA p.52).
Talvez este equívoco seja o maior responsável pelo atual fracasso na aprendizagem da lei­tura e da escrita. É como se houvesse uma cortina de fumaça que impedisse a visão, ou como se alguém tivesse realizado uma lavagem cerebral nos responsáveis pelas divulgações de tais concepções, já que é inconcebível ao alfabetizador aplicar frequentemente avaliações diagnós­ticas para verificação dos níveis dos alunos e permanecer de mãos atadas sem poder ajudá-los. (MENDONÇA; MENDONÇA p.56).
O alfabetizador que é ou já foi responsável pela alfabetização de centenas de alunos sabe que apresentar a composição silábica através de atividades do nível silábico (atividades que explorem a decomposição e composição silábica de palavras) é providência indispensável para a superação das dificuldades de compreensão da combinação consoante/vogal na formação silábica e da combinação destas na constituição de palavras. (MENDONÇA; MENDONÇA p.56).




O pensamento de Emilia Ferreiro sobre alfabetização.



UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA-UESB
DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO FERREIRA
DISCENTE: TAMILES DA CRUZ SILVA
DISCIPLINA: METODOLOGIA APLICADA A ALFABETIZAÇÃO
CURSO: PEDAGOGIA VI SEMESTRE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS-DCHL


O pensamento de Emilia Ferreiro sobre alfabetização.


MELLO, Márcia Cristina de Oliveira. O pensamento de Emilia Ferreiro sobre alfabetização. Revista Moçambras: acolhendo a alfabetização nos países de língua portuguesa, São Paulo, ano 1, n. 2, 2007.
Esse instrumento de pesquisa propiciou constatar que Emilia Ferreiro possui uma vasta produção escrita, traduzida para diversos idiomas, em vários países, dentre eles o Brasil. Foi possível constatar que são poucos os estudos e as pesquisas realizados sobre o pensamento construtivista de Emília Ferreiro no tocante à alfabetização. (MELLO p. 86)
O que se encontram são textos que trazem propostas de aplicação em sala de aula, das ideias de Emilia Ferreiro e colaboradores, o que não é a proposta da pesquisa, cujos resultados apresento. (MELLO p.86,87).
O critério para a escolha desse livro relaciona-se com os seguintes aspectos: foi o primeiro livro de Ferreiro traduzido no Brasil; nele são apresentados os resultados da pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita, realizada por Emilia Ferreiro e colaboradores, os quais não foram ainda radicalmente contestados; apenas, por vezes, criticados. (MELLO p.87).
A partir de meados da década de 1980, os resultados da pesquisa sobre a psicogênese da língua escrita, desenvolvida por Emilia Ferreiro e colaboradores, enfeixados sob a denominação ―construtivismo‖, foram considerados referencial teórico, por exemplo, no estado de São Paulo, para o Ciclo Básico de Alfabetização (CBA). (MELLO p.87).
Emilia Ferreiro ganhou prestígio por desenvolver, com seus colaboradores, pesquisa empírica que lhe permitiu formular a teoria sobre a psicogênese da língua escrita, a qual foi divulgada em diversos países, dentre eles, o Brasil. Sua atuação profissional revela, também, o compromisso político em contribuir na busca de soluções para enfrentar o problema do analfabetismo. (MELLO p.87).
Essa busca de soluções, tendo em vista a modificação da realidade educacional dos países da América Latina, em relação ao fracasso na alfabetização, principalmente das crianças das classes sociais menos favorecidas, levou Ferreiro a propor, por meio, especialmente, dos resultados da pesquisa contidos no livro Psicogênese da língua escrita, uma nova maneira de se pensar a alfabetização, já que, para a pesquisadora, o fracasso na alfabetização está relacionado à maneira pela qual esse processo vinha sendo proposto e praticado até então. (MELLO p.87,88).
Além dessa proposta de mudança de olhar‖ sobre o processo de alfabetização, a revolução conceitual‖ proposta está, também, relacionada com a própria concepção de língua escrita e de alfabetização. (MELLO p.88)



           




  2. Alfabetização e letramento: conceitos e relações

SANTOS, Carmi Ferraz. Alfabetização e letramento: conceitos e relações / organizado por Carmi Ferraz Santos e Márcia Mendonça. 1ed., 1reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

Definir o termo “alfabetização” parece ser algo desnecessário, visto que se trata de um conceito conhecido e familiar. Qualquer pessoa responderia que alfabetizar corresponde à ação de ensinar a ler e a escrever.
(ALBUQUERQUE, p. 11).
A experiência “traumatizante” de alfabetização na escola devia senão só aos castigos aos quais muitos de nós fomos submetidos, mas às próprias atividades desenvolvidas, com ênfase na repetição na memorização de letras, sílabas e palavras sem significados. (ALBUQUERQUE, p. 13).
A partir da década de 1980, o ensino da leitura e da escrita centrado no desenvolvimento das referidas habilidades, desenvolvido com o apoio de material pedagógico que priorizava a memorização de sílabas e/ou palavras e/ou frases soltas, passou a ser amplamente criticado. (ALBUQUERQUE,p.15).

No campo da Psicologia, foram muito importantes as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da língua escrita, desenvolvidos por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1984). (ALBUQUERQUE, p.15).
No Brasil, o termo letramento não substituiu a palavra alfabetização, mas aparece associada a ela. Podemos falar, ainda nos dias de hoje, de um alto índice de analfabetos, mas não de “iletrados”, pois sabemos que um sujeito que não domina a escrita alfabética, seja criança, seja adulto, envolve-se em práticas de leitura e escrita através da mediação de uma pessoa alfabetizada, e nessas práticas desenvolve uma série de conhecimentos sobre os gêneros que circulam na sociedade. (ALBUQUERQUE, p.16,17).
As práticas de leitura e produção de textos desenvolvidas na escola, relacionadas a um “letramento escolar”, não se adequaria, conforme certas expectativas, ao desenvolvimento socioeconômico-cultural de nossa sociedade, em que os indivíduos convivem em contextos em que a escrita se faz presente de forma mais complexa. (ALBUQUERQUE, p.18).
Sabemos que, para a formação de leitores e escritores competentes, é importante a interação com diferentes gêneros textuais, com base em contextos diversificados de comunicação. (ALBUQUERQUE, p.18).
É preciso o desenvolvimento de um ensino no nível da palavra, que leve o aluno a perceber que o que a escrita representa (nota no papel) é sua pauta sonora, e não o seu significado, e que o faz através da relação fonema/grafema. (ALBUQUERQUE, p.20).
Como cabe à escola garantir a formação de cidadãos letrados, resta-nos construir estratégias de ensino que permitam alcançar aquela meta: alfabetizar letrando. (ALBUQUERQUE, p.21).

3. Alfabetização e escolarização: a instituição do letramento escolar

SANTOS, Carmi Ferraz. Alfabetização e letramento: conceitos e relações / organizado por Carmi Ferraz Santos e Márcia Mendonça. 1ed., 1reimp. – Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
Pesquisadores voltados para discussões sobre o letramento têm questionado essa visão da alfabetização popular como meramente um produto desse processo de escolarização de massa impulsionado pela industrialização. (SANTOS, p. 24).
ALFABETIZAÇÃO SEM ESCOLAS:
Com o estabelecimento de uma nova ordem econômico-social, a exigência de uma instrução universal torna-se premente. (SANTOS, p. 24).
Antes do desenvolvimento de um sistema burocrático de ensino, o processo de alfabetização ocorria de modo informal, a aprendizagem da leitura e da escrita se dava nos grupos aos quais as pessoas faziam parte e nos mais variados ambientes, como a própria casa ou local de trabalho. (SANTOS, p. 25).
as práticas de alfabetização que então eram efetivadas estavam intimamente ligadas aos usos e material escrito que faziam parte das práticas cotidianas. (SANTOS, p. 27).
Como podemos perceber, não foi a escolarização que promoveu a alfabetização. Pelo contrário, a escolarização foi uma consequência do desenvolvimento de uma alfabetização popular que promoveu uma cultura popular letrada que se constituiu como parte de um movimento em favor de mudanças sociais, entre elas o acesso à escola. (SANTOS, p. 27).
A alfabetização efetivada na escola deixa de trabalhar as habilidades discursivas e trata a linguagem meramente como fenômeno lingüístico abstrato. (SANTOS, p. 29).
Outra consequência da escolarização do processo de alfabetização resulta do próprio caráter teleológico que a escola tem assumido desde suas origens. Objetivando garantir o acesso a um saber padronizado, a escola se estruturou de forma orgânica e sistematizada. (SANTOS, p. 30).