DISCENTE: LUCIANA SANTOS SOARES
O texto aborda sobre os
processos de aquisição do conhecimento da criança trazendo que o aluno, possui
em se um conhecimento prévio, adquirido através do contato direto com as relações
sociais, enfatizando como o aluno perpassa o mundo da língua escrita.
Desse
modo, “As autoras neste trabalho, relatam sobre “os resultados da pesquisa,
“Psicogênese da língua escrita”, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, em seus “aspectos
linguísticos, significativos à alfabetização, e demonstrar os equívocos mais
comuns advindos da interpretação desvirtuada dessa teoria, bem como suas
consequências”.
“Ferreiro e Teberosky,
psicolinguistas argentinas, iniciaram em 1974 uma investigação, partindo da
concepção de que a aquisição do conhecimento se baseia na atividade do sujeito
em interação com o objeto de conhecimento”.
“
Assim, Ferreiro e Teberosky desenvolveram sua pesquisa com fundamentos psicolinguísticos quando recapitulam o construtivismo, deixando claro que a teoria piagetiana acumulava pesquisas insuficientes para dar conta da linguagem, tendo aí um papel marginal na constituição das competências cognitivas, fazendo com que buscassem, na Psicolinguística, fundamentos para a investigação da Psicogênese da língua escrita”.
Assim, Ferreiro e Teberosky desenvolveram sua pesquisa com fundamentos psicolinguísticos quando recapitulam o construtivismo, deixando claro que a teoria piagetiana acumulava pesquisas insuficientes para dar conta da linguagem, tendo aí um papel marginal na constituição das competências cognitivas, fazendo com que buscassem, na Psicolinguística, fundamentos para a investigação da Psicogênese da língua escrita”.
O texto trás indagações
sobre a forma de aquisição da língua escrita do aluno, viabilizando a interação
do sujeito com o meio, onde o aluno possa ser crítico fazendo relação de suas
ideias com a realidade.
“De
acordo com as autoras as indagações vão sendo respondidas dizendo que a criança
passa a adquirir suas habilidades linguísticas com a presença de sistemas
simbolicamente elaborados, passando elaborar um sistema de representação
através das diversas forças sociais externas. Porém ainda á muitos entraves
para entender o processo de aquisição da língua e escrita na construção do
conhecimento”.
Para compreender melhor
sobre como se processa o conhecimento, o texto trás que, “A descoberta do processo de aquisição da
língua escrita, por crianças, levou Ferreiro (1983) a indagar se sua pesquisa
aplicada a adultos analfabetos encontraria os mesmos resultados. A pesquisa
mostrou que o analfabeto adulto, assim como as crianças, sabem, mesmo antes de
vir para a escola, que a escrita é um sistema de representação e fazem
hipóteses de como se dá tal representação”.
De acordo com as
autoras há maiores chances de obter produções escritas de crianças
pré-alfabetizadas ao invés de adultos que passaram do nível pré-silábico apesar
do adulto possuir consciência do sistema da escrita, pois isto faz com que ele
se sinta incapaz de aprender, por ter conhecimento de não saber, enquanto que a
criança aprende de forma natural.
“Ferreiro e Teberosky
(1986) desenvolvem também aspectos propriamente linguísticos da Psicogênese da
língua escrita, quando descrevem o aprendiz formulando hipóteses a respeito do
código, percorrendo um caminho que pode ser representado nos níveis
pré-silábico, silábico, silábico-alfabético, alfabético”.
“Essa construção, demonstra a pesquisa, segue
uma linha regular, organizada em três grandes períodos: 1º) o da distinção
entre o modo de representação icônica (imagens) ou não icônica (letras,
números, sinais); 2º) o da construção de formas de diferenciação, controle
progressivo das variações sobre o eixo qualitativo (variedade de grafias) e o
eixo quantitativo (quantidade de grafias). Esses dois períodos configuram a
fase pré-linguística ou pré-silábica; 3º) o da fonetização da escrita, quando
aparecem suas atribuições de sonorização, iniciado pelo período silábico e
terminando no alfabético”.
“Portanto, a
Psicogênese da língua escrita descreve como o aprendiz se apropria dos
conceitos e das habilidades de ler e escrever, mostrando que a aquisição desses
atos linguísticos segue um percurso semelhante àquele que a humanidade
percorreu até chegar ao sistema alfabético, ou seja, o aluno, na fase
pré-silábica do caminho que percorre até alfabetizar-se, ignora que a palavra
escrita representa a palavra falada, e desconhece como essa representação se
processa”.
“No nível pré-silábico, em um primeiro
momento, o aprendiz pensa que pode escrever com desenhos, rabiscos, letras ou
outros sinais gráficos, imaginando que a palavra assim inscrita representa a
coisa a que se refere”. Segundo o texto quando a criança percebe ainda no nível
pré-silábico que a palavra escrita é uma forma de representação da escrita e
não diretamente o objeto, isso demonstra que há um avanço, pois o aluno reflete
sobre a leitura escrita. Porém ainda que a criança passe a ter a percepção de
que as palavras são formadas por letras segundo o testo elas ainda escrevem de
forma desordenadas e não tem critérios de formação da escrita de acordo dentro
de seus caracteres.
O texto trás que “A
criança passara ter consciência da formação das palavras quando ter consciência
fonológica da palavra. “Assim, a passagem para o nível silábico é feita com
atividades de vinculação do discurso oral com o texto escrito, da palavra
escrita com a palavra falada”.
“diferentemente dos adultos, as crianças
parecem passar pelas fases pré-silábica e silábica, atingindo finalmente a
alfabética. Nesse nível alfabético, o aprendiz analisa na palavra suas vogais e
consoantes. Acredita que as palavras escritas devem representar as palavras
faladas, com correspondência absoluta de letras e sons”.
O texto enfatiza que “o
construtivismo, com base na Psicogênese da língua escrita, teoria formulada e
comprovada experimentalmente por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1986), há
mais de vinte anos foi introduzido no Brasil, para contribuir na melhoria da
qualidade da alfabetização, e adotado pelos mais importantes sistemas públicos
de ensino. Nesse tempo, vem abalando as crenças e os fundamentos da
alfabetização tradicional, mudando drasticamente a linha de ensino das escolas
e levando os professores a um grande conflito metodológico”.
“É comum também ver-se
um professor que se diz construtivista ensinando silabação, montando e
desmontando palavras num mero exercício de memorização”. Mesmo em São Paulo,
onde o empenho da Secretaria é forte em favor do construtivismo, é comum ver o
professor usando jornal e literatura infantil no lugar de cartilha, mas de uma
forma que não muda em nada o sistema tradicional. Ele parte de um texto, mas
pede para o aluno recortar as palavras e depois trabalha as sílabas (LAGÔA,
1991, p. 15). Desse modo percebe se que a escrita é uma forma de comunicação,
que as pessoas historicamente foi construindo como sistema de representação.
“As autoras citam
Grossi, 1985, para descrever que o nível pré-silábiço possui dois trilhos que
servem tanto para compreensão das letras para a escrita como para a
interpretação da leitura com visão de mundo dentro da oralidade”.
“Afinal, o estudioso critica a didática
silábica apenas quando ela “queima” a etapa pré-silábica: Uma criança no nível
pré-silábico, não pode ser conduzida a análises silábicas por- que, sendo
incapaz de compreendê-las, perde a lógica do ensino, julgando que na escola não
se trata de compreender as lições, mas de adivinhar o que o professor quer ensinar.
(GROSSI, 1985, p. 15). a didática silábica merece reparos somente quando
trabalhada isoladamente ou quando prescinde da etapa anterior, a pré-silábica,
e se transforma em atividade mecanicista, ao dissociar-se do significado e do
contexto, mesmo porque Emília Ferreiro não condena didática alguma, não
prescreveu métodos, nem os indicou”.
“O equívoco que se
configura na exclusão da experiência silábica do professor parece ser fruto de
algumas orientações pedagógicas, surgidas no afã de combater as atividades
mecanicistas herdadas das cartilhas, à revelia da própria obra de Emília
Ferreiro que não oferece elementos para fundamentar tal exigência, mas sim
esclarece que a criança pensa, raciocina, inventa, buscando compreender a
natureza desse objeto cultural – a escrita – em um processo dinâmico em
constante construção de sistemas interpretativos”.
“Esse debate, para que
não se limite ao âmbito da polêmica, pode concluir-se com o pressuposto de que
a alfabetização deve ser significativa, isto é, contextualizada”. “A leitura do
mundo precede a leitura da palavra”. Partindo do conceito de que as pessoas
antes mesmo de ir a escola ela já possui conhecimento ou leitura de mundo
através das relações social, o sujeito não trabalha com a decodificação da escrita,
mas ele dá significado à mesma trazendo a sua realidade e concepções de forma
contextualizada.
“Na elaboração das
Propostas, sob forte impacto das descobertas de Ferreiro e Teberosky (1986),
houve uma tentativa de metodizarão da Psicogênese da língua escrita, ou seja,
os organizadores de tais propostas tentaram, à luz da teoria, criar um método
revolucionário, inovador de alfabetização, muito diferente do método das
cartilhas utilizado durante décadas em nosso país”.
O texto aponta que “Evidentemente,
nem o construtivismo, nem a Psicogênese da língua escrita são métodos, mas
ainda hoje é comum, ao se questionar um alfabetizador sobre qual é seu método
de ensino, obter-se a resposta”: “método construtivista”. “as principais consequências
e orientações equivocadas decorrentes da má interpretação da Psicogênese da
língua escrita: a confusão inicial se deu por conta da própria definição de
alfabetização”. “Definir alfabetização e letramento é de suma importância, pois
são dois processos distintos e da sua compreensão dependerão os resultados da
alfabetização em sala de aula”.
“Nota-se que existem
aspectos específicos que não podem ser desprezados, na alfabetização”. “É
importante que o alfabetizador desenvolva, em sala, as sugestões de atividades
indicadas pelo construtivismo, entretanto, a especificidade da alfabetização
não pode ser esquecida e relegada a segundo plano, pois nela existem elementos
que irão garantir ao aluno o domínio da base alfabética e, portanto, a
compreensão do sistema de escrita”, “Quando o aluno lê, realiza a decodificação
(decifração) de sinais gráficos, transformando grafemas em fonemas; quando ele
escreve, codifica, transformando fonemas em grafemas.
“O professor trabalha letramento realizando
leituras de diferentes gêneros textuais aos alunos. Chamamos a atenção para os
diferentes tipos de textos, pois constatamos, hoje, o equívoco de que
literatura infantil ou infantojuvenil sejam sinônimos de letramento”. “Letrar é
uma tarefa extremamente ampla que, por definição, envolve habilidades múltiplas
de ler, interpretar e produzir textos adequados às exigências sociais”.
Desse modo podemos dizer que o letramento e um
processo de aprendizagem que se dá por viés da prática social, onde é possível
fazer uma analogia do mundo a sua volta e não apenas do que se lê no processo
de decodificação da escrita, a alfabetização é indispensável para a aquisição
do conhecimento, pois ela é como um norte que nos situa, direcionam no mundo da
escrita, é preciso lembrar que o letramento e a alfabetização é um viés de mão
dupla, processos distintos e inseparáveis no ato da alfabetização, onde um
complementa o outro.
Após a divulgação da
pesquisa de Ferreiro e Teberosky, a cartilha foi considerada a vilã,
responsável pelo fracasso de 50% dos alfabetizandos e, por decorrência, culpada
pela evasão escolar “a pesquisa de Ferreiro e Teberosky tem como mérito, para a
alfabetização, a revelação dos níveis e das hipóteses que são elaboradas pelo
alfabetizando, em seu processo de construção e aquisição da escrita .
MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo e Didática de Alfabetização). Disponível em: <http://acervodigital.unesp.br/handle/123456789/40138>. Acesso em: 10/12/15.
Contribuições da Psicogênese da Língua Escrita.
Como eu faço a referencia deste artigo?
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